Oscar 2018 se aproximando e como ainda não a lista de concorrentes a melhor curta, resolvemos fazer uma pequena retrospectiva do Oscar 2017, com a lista de curtas do ano anterior. O ano de 2017 foi um grande ano para curtas no mundo todo, nos indicados ao prêmio ano passado encontramos filmes da Suíça, (La Femme e La TGV), Hungria (Sing), Ennemis Intérieurs (Canadá), Silent Night (Dinamarca) e Timecode (França).
Do romance inocente, passando por vingança, drama, crise existencial, conflitos sociais e finalmente redenção. O Oscar como sempre em suas premiações não resiste a um roteiro mostre a redenção de alguma forma. Como se pode observar nos prêmios de melhores filmes dos últimos dez anos, e sua visão não mudaria em relação à premiação de curtas-metragens.
O grande vencedor da noite, sem a mínima dúvida, foi a história de redenção no curta Sing, a história de uma nova aluna tentando se encaixar no novo ambiente escolar, e ao escolher entrar para o coral competitivo da escola, acaba sofrendo repressão por parte da regente do coro, entretanto, a estrela do espetáculo percebe o que se passa com a pequena Zsofi e não deixará de intervir na situação confrontando a professora. Após dura reprimenda, Zsofi e sua amiga criam um plano para descobrir o que se passa por detrás do duro tratamento que a educadora dá aos seus alunos.
Sing ou nome original em Húngaro Mindenki, é história de como as pessoas cometem atos maus e os justificam em nome de um “bem maior”, numa esfera micro de um colégio podemos notar como a ideologia pode contaminar e cegar até mesmo bons seres humanos, não é nem necessário lembrar a analogia que se pode fazer entre a ação principal do filme, em que a professora acha estar agindo em nome de um bem maior (a competição europeia de corais) e as ideias totalitárias que povoaram e ainda povoam o mundo, as quais muita das vezes acabam por nos seduzir sem que notamos o quanto isso pode ser prejudicial e fatal quando seguidas cegamente.
Apesar do bom roteiro, direção e musicalidade de Sing, os outros competidores à estatueta de ouro não deixam de ser grandes pérolas do gênero curta-metragem: La femme e la TGV, por exemplo é um exemplo de como em alguns recantos isolados das grandes ideias do mundo moderno, ainda se escondem inocência e doçura, ao contar a história de uma mulher em que seu único contato com o mundo exterior é passagem veloz de um trem TGV à porta de sua casa, o contraste gritante entre a bucólica paisagem onde ele reside e o ultramoderno trazido pelo trem já diz muito sobre o desenrolar dessa história de amor.
Enfim o Oscar sempre é uma surpresa ao trazer aos olhos do grande público, pequenas pérolas do curta-metragem, que nem sempre tem o destaque que merecem nas salas de exibição.